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domingo, julho 08, 2007

As Minas de Salomão

O 109º livro da colecção de obras em língua portuguesa no Projecto Gutenberg é uma aventura pelas terras de África, em busca de um familiar desaparecido e dos míticos diamantes de Salomão. Seis homens partem nesta missão que dizem ser suicida, mas será mesmo um caminho inevitável para a morte?

Eis a carta que deu o mote:

«Estou morrendo de fome, n'uma cova da banda norte d'um d'estes montes a que dei o nome de «Seios de Sabá», no que fica mais a sul. Sou D. José da Silveira, e escrevo isto no anno de 1590, com um pedaço d'osso, n'um farrapo da camisa, tendo por tinta o meu sangue. Se o meu escravo aqui voltar, reparar n'este escripto, e o levar para Lourenço Marques, que o meu amigo [_aqui um nome illegivel_], logo pela primeira nau que passar para o Reino, mande estas coisas ao conhecimento d'El-Rei, para que Elle remetta uma armada a Lourenço Marques, com um troço de gente, que se conseguir atravessar o deserto, vencer os Kakuanas que são valentes, e desfazer os seus feitiços (devem vir muitos missionarios) tornarão Sua Alteza o mais rico Rei da Christandade. Com meus proprios olhos vi os diamantes sem conto amontoados n'um subterraneo que era o deposito dos thesouros de Salomão, e que fica por traz d'uma figura da Morte. Mas por traição de Gagula, a feiticeira dos Kakuanas, nada pude trazer, apenas a vida! Quem vier siga o mappa que tracei, e trepe pelas neves que cobrem o Seio de Sabá, o esquerdo, até chegar ao cimo, d'onde verá logo, para o lado norte, a grande calçada feita por Salomão. D'ahi siga sempre, e em tres dias de marcha encontrará a aringa do rei. Quem quer que venha que mate Gagula. Rezem pelo descanço da minha alma. Que El-Rei Nosso Senhor seja logo avisado. Adeus a todos n'esta vida!»

Excerto do capítulo II da obra As Minas de Salomão de Rider Haggard, traduzida por Eça de Queirós, disponível para leitura no sítio do Projecto Gutenberg. Esta obra foi revista por 23 voluntários do Projecto Distributed Proofreaders.

Boas leituras.

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