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quarta-feira, janeiro 27, 2010

Memória sobre a plantação dos algodões

A mais recente obra da colecção em língua portuguesa no sítio do Projecto Gutenberg (PG) é uma obra sobre a plantação e comércio do algodão.

Aqui fica um pequeno excerto:

«A planta, que produz o Algodão, entra na Classe _Monadelphia_ Ordem _Polyandria_, genero _Gossypium._ Lineu, se servio, para distinguir as especies, das differenças das folhas, e das glandulas, que se achão em algumas especies, e não em outras, cujo conhecimento só fica pertencendo aos Filosofos, e não ao do vulgo; razão porque me servi da differença das sementes, e do pêlo, que as cobre, confórme as suas cores, por ser hum caracter constante no Paiz, e conhecido de todos, que fazem uso desta cultura, ainda que em pequeno; e da união destas mesmas sementes, ao que chamão caroço inteiro, ou dividido.

Para se cultivar o Algodão basta derribar as Catingas altas, ou Catingas baixas, logo que o tempo secco convida para este trabalho, que he do mez de Junho por diante, e se deixão seccar até o mez de Setembro. Os Soes, que neste tempo são ardentissimos, seccão as madeiras de tal sorte, que quando as chuvas avisão aos habitantes da sua chegada pelos grandes trovões, que costumão haver muitos dias antes, lhes lanção fogo, que reduz tudo a cinzas, deixando a superficie da terra limpa, para se fazer a plantação, sem maior incómmodo, ficando a terra estrumada, e fertil pelo alkali vegetal.»


Excerto da obra Memória sobre a plantação dos algodões de José de Sá Bettencourt, disponível para leitura no sítio do Projecto Gutenberg. Esta obra foi revista por 14 voluntários do Projecto Distributed Proofreaders.

Boas leituras.

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